caminho nos reflexos do mundo
procurando neles a realidade que os seus informes contornos anunciam
em gritos deformados pelas cores da fantasia distante
umas vezes surgem como ensaios de amor
muitas mais como concertos de dor
quase sempre oferta de gestos perdidos em intenções sempre boas
pretexto de afirmação das convicções do que se quer certo à falta de melhor saber
mas...
os sempre reflexos ameaçam quebrar-se à passagem do meu silêncio
expondo a nudez do vazio que procuram inutilmente vestir
quebra-se o arco do augusto sonho
deformado pelo fim que se quer num caminho que nunca mais chega
e eu... sigo depois como antes de começar
eterno