sábado, 14 de novembro de 2009

O eu que me imaginava

recosto-me na mais longínqua nuvem do meu céu negro
respiro a vida na forma de um êxtase absoluto...

esqueço-me das folhas por escrever do meu futuro ausente
deixo o meu passado num qualquer lugar perdido sem nome nem luz

vejo-me a deixar os caminhos do bom senso de fracos resultados
abandono o mundo das boas intenções
contemplo os enganos que por mais que o queira
que por muitos que sejamos a desejá-lo... nunca são verdades

esquivo-me das vozes zangadas que em mim se formam
apago-me na escrita do silêncio
e acabo a flutuar para além dos meus limites
seguindo ao sabor do som das minhas gargalhadas

desaparece a nuvem
desaparece o pequeno eu que me imaginava...

fica só o vazio vibrante e absoluto da minha existência