terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Fruto proibido

sou a conjugação de todos os verbos da existência
perdido nas formas de todos os desejos e ilusões da humanidade
que se encantou com o paladar da primeira iguaria que lhe deram a provar
ignorando e esquecendo todos os manjares que lhe eram oferecidos
insistindo no reencontro com um sabor que há muito se esgotou

da breve degustação ficou apenas a memória e a cegueira...

a árvore cujos frutos não provo oferece-me a oportunidade dos sabores da vida

a árvore cujos frutos com os demais colhi
deles me permitiu o conhecimento...
e com eles me condenou à morte sem nunca ter sido vida

e é nessa vida que me percebo e percebo acontecer para além de mim que quero mergulhar
é nesses paladares que me quero saciar e perder
são os frutos que lhe adivinho que quero colher...