quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

o prazer de respirar

aceito o desafio que me faz despir o tempo…

percebo-me numa realidade nova ou de que nunca me tinha dado conta
aceito-me paciente discípulo de um mestre de muitos rostos
oiço-lhe o sentido das inúmeras palavras em partes de mim que desconhecia sensíveis
sinto-me a rasgar um a um os refúgios da minha estima ou do que em mim julgava marcas inquestionáveis do meu ser ou do que pensava que me fazia único
torno-me na dor que sobra da consciência deste constante retorno ao momento único em que a existência acontece em que tudo o que me imaginava ou desejava para além dele não tem lugar
distancio-me devagar dessa dor que não sou eu como não sou o que me imaginava…

entre a aflição do desaparecimento de partes de mim e o encontro com o que em mim é vida…
descubro o prazer de respirar