domingo, 5 de dezembro de 2010

reformulando a frase...

viver a vida que penso nunca me leva senão aos lugares estéreis do desencanto

viver o pensamento dos que tomo por parte da minha vida…
apenas me lança nos lugares vazios cheios de gestos animados e palavras efémeras de que nem a memória fica

tento convencer-me de que no fim fica uma vida cheia…
e fica…
uma vida cheia de coisa nenhuma

aceito-me observador de mim enquanto vida…
percebo que a vida depois da vida é uma abstracção sem sentido real
mas dou-me conta de que a vida para além da vida do meu entendimento
me remete para uma realidade que me escapa a cada instante
de tão preocupado que estou em viver o que penso ou dentro dos limites do que o meu pensamento alcança

quem disse… “penso logo existo”
devia levar uma marretada na cabeça…

atrevo-me a reformular a frase
penso… logo deixo de existir
se existo… para que me serve pensar?