segunda-feira, 25 de julho de 2011

(...)

ah… o amor!
esse grande mistério da existência que o ser humano persegue desde sempre
e que quando o pensa alcançado…
o deixa escapar de forma displicente
aceitando-se de volta ao patamar inferior da existência que se julgava ter deixado para trás…

segui vezes sem conta pelas pegadas seguras que todos garantiam iniciar-me nesse mistério
e a única coisa que encontrei depois de me imaginar na posse dos segredos do universo…
foi sempre apenas e só… dor

alguma coisa tem que estar errada nesta busca e nos caminhos de sempre
que para mim vai em quase meio século e para a humanidade dura há muitos meios séculos mais…
e não é porque se categorizou o amor que sinto a questão resolvida…

alguma coisa continua a escapar-me…
se o amor se transforma em dor ou tem o tempo contado
não pode ser amor... só pode ser engano…

e será que alguma vez foi amor ou apenas um nome com que pintei outra coisa qualquer…

o amor anda por aí… mas parece destinado a continuar um mistério

admito hoje desistir das passadas ensaiadas no lugar das passadas de todos os outros antes de mim
admito não buscar mais esse amor fora de mim noutro tempo e noutro lugar…
admito hoje não pintar com o nome de amor seja o que for que me pareça vagamente conhecido e fugaz…
admito que se não o vivo e não dura mais do que a atenção que lhe dispenso…
seja o que for não será amor mas sim ilusão

e ainda não percebi inteiramente o mistério…
mas alguma coisa qualitativamente diferente terá de acontecer no meu estranho acontecer…
sinto que aquilo a que chamei amor a vida inteira não era amor…
era apenas aquilo a que aprendi a chamar amor…

onde está afinal o amor…