a cada passo que dou na direcção do silêncio
percebo que não saio de onde estou por mais que ande
mais me dou conta que não há lugar nenhum para onde ir
quanto mais mergulho no silêncio
mais o passado e o futuro por onde me habituei a passear e a refugiar se afastam do momento em que estou
aparecendo cada vez mais distantes e inacessíveis
em silêncio
parado no espaço e no tempo aguardo...
já não resisto à dissolução do ser que me imaginava
mas ainda não me permito acontecer por inteiro na ausência dos limites que a existência não conhece
na ausência dos limites que cada vez mais percebo em mim
permanecer na periferia da vida
da minha ou da que me rodeia
faz cada vez menos sentido
as razões esgotam-se e dão lugar ao nada que são
e com elas...
vai desaparecendo o ser que ainda não consegui deixar de ser
quarta-feira, 14 de janeiro de 2009
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