a vida parece-me vazia
e enchê-la parece o propósito da existência
porque assim a aprendo
porque assim a observo nos demais
encho a vida de brinquedos e brincadeiras
que a passagem do tempo foi fazendo mudar
como mudando foram as pessoas que dela fazem parte
encho a vida de rotinas de prazer e bem-estar
que tomo pelo amor
pela felicidade e pela liberdade que todos dizem ser as grandes metas a cumprir
de que todos parecem conhecedores e possuidores
apesar do pesar e tristeza que aparentam
que nem a mais sonora das gargalhadas parece iludir
encho a vida de tudo o que todos dizem ser gerador do que é suposto ter que procurar
encho a vida de sonhos
de desejos e fantasias a realizar num tempo qualquer que não este
encho a vida de coisa nenhuma...
tudo aquilo que aponto como pertença ou atributo
começa e acaba com a sua designação
por mais que encha a vida
parece-me continuar tão vazia no fim como no princípio
alguma coisa está errada...
olho para o vazio que tão desesperadamente procuro encher
e vou descobrindo uma vida ímpar no que os meus sentidos registam
descubro que a vida está cheia...
não há espaço para a encher seja com o que for
não falta nada
não há nada para procurar
por isso...
vivo o amor que reconheço em mim
vivo a felicidade que sinto e respiro
vivo a liberdade em cada movimento que faço
limito-me a viver
hum... que bom que é viver
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009
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