as palavras que utilizo
são parte de uma língua morta há muito
e tudo o que da palavra se forma
transporta consigo a marca do que foi e já não é
as razões em que me construo com o mundo
são razões antigas
cuja origem os que as vivem não viveram
e cumpri-las não as torna mais... razoáveis
os prazeres que procuro são velhos como o tempo
por mais que repita os gestos
que com alguém aprendi num tempo distante serem os certos
continuo a não encontrar o que com eles supunha conseguir
os sonhos que me preenchem as ausências
não me pertencem
alguém os teve antes de mim
eu... apenas me limitei a escolher os que mais me convinham
é tempo de deixar de tentar fazer da morte vida na forma do que digo
é tempo de deixar que razões novas se formem
no tempo e na medida do que cada um vive
é tempo de deixar de procurar o prazer num qualquer gesto esquecido
e descobrir o prazer que em cada gesto novo se forma
é tempo de deixar de estar ausente
e viver a vida que sonho nenhum consegue antecipar ou substituir
tentar perpetuar o que tendo sido vida está morto
não me permite ser mais vida do que a vida que sou
apenas me faz viver a morte como se da vida se tratasse
é este o tempo...
é este o momento...
não há nada para além dele
sábado, 21 de março de 2009
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