tudo o que está sujeito a um princípio tem um fim
por mais princípios que surjam a seguir a cada fim
por mais que eu adie os fins
por mais que eu tente encher o espaço entre o princípio e o fim...
o que começa irá acabar
não posso alterar esta dinâmica
nem lhe consigo criar variantes que a alterem
nem o facto de sermos muitos a vivê-la e a pensar o contrário
em cada começo encontro o anúncio do fim
preso desta rotina hipnótica deixo de lutar para procurar viver o princípio que não tem um fim
percebo que se me reconheço princípio serei igualmente fim
percebo que quando me assumo meio entre um princípio e um fim
o fim acabará por chegar
observo-me...
quando me admito meio
percebo que o princípio e o fim não são relevantes
porque são incontornáveis
aceitá-los ou rejeitá-los não os evita
aceito-me meio
e dou de caras com um silêncio em que a existência acontece
de que não me conseguia dar conta
de tão preenchida que tinha a vida
com os fins dos princípios que ensaiava
que faziam com que nunca chegasse a ser meio
tendo por sina acabar ao mesmo tempo que começava
sendo meio
nunca poderei ser princípio
sendo meio
muito menos serei fim
descubro-me agora fora da dinâmica dos princípios que são fins
a existência não se cumpre nos princípios nem se extingue nos fins
acontece em permanência... no meio
domingo, 8 de março de 2009
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