sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Lugares de hoje

sento-me nos pedaços que sobram dos meus dias atropelados
observo os gestos cansados que o meu corpo insiste em não esquecer
abandono o meu sorriso numa montra de fantasias deixadas ao acaso
pasmo perante a inconsistência das mais alinhadas certezas
quebro a continuidade dos meus movimentos num vazio cheio de silêncios
visto de negro a luz intermitente da vida

adormeço...

insisto em tentar fechar os olhos da minha consciência
não me lembro das razões com que construí o homem em que habito
não me reconheço nos lugares de hoje que ontem tomei por futuro

suspenso nas teias da existência
deixo passar as imagens do imaginário que já não frequento
e sigo... levado pelo vento