sábado, 28 de novembro de 2009

Viajem à vertigem

o meu corpo deixou de ser a medida da minha relação com o mundo
o meu entendimento deixou de ser o suporte da minha caminhada pela vida
o meu sentir deixou de ser o limite da minha consciência da existência

o ar que respiro conduz-me para além dos meus limites
o vento é agora a cama em que me deito
o meu silêncio tornou-se o lugar de todos os sons vibrantes da vida
a realidade deixou de se confundir com a ausência que todas as palavras encerram

uma nova aventura oferece-se ao meu corpo cansado
o vazio e a eternidade são os desafios de uma caminhada sem trilhos...
sem princípio nem fim...
e eu mergulho cada vez mais fundo nessa viajem à vertigem do tudo que se confunde com o nada