sacudo a escuridão que envolve as asas da minha liberdade
e ensaio o mergulho no silêncio dos homens sempre ausentes
os gritos vazios de uma alegria passageira ou de dores esquecidas
perdem-se na distância do tempo que insiste em passar...
indiferente...
um jardim feito de risos
cresce sob o meu caminhar tranquilo
convidando-me a seguir pelas breves e frágeis linhas da vida
sem antes nem depois
sem quês nem porquês
volteio nos braços do vento que me leva sem destino nem propósito
confundo-me com o ar que respiro
e percebo-me cada vez mais distante da terra vazia e árida
das razões pequenas... sempre absurdamente pequenas...
com que a humanidade procura esconder a nudez que em si lhe escapa à vontade
estendo as minhas longas asas
e levanto voo em direcção ao sol do meu horizonte...
o silêncio é inebriante e comovedor...