segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Vida adiada

urge fazer parar a loucura da dor e do medo vivido por convicção...

são violentas as palavras que me atravessam o caminho
procurando um alvo a destruir sob a capa do mais legítimo dos propósitos
vestidas das mais belas formas

percebo que elas não me tocam enquanto não me fizer delas destinatário
nem delas fizer eco sobrepondo-lhes as fragilidades do meu entendimento

vejo os estragos que produzem na destruição contínua a que os homens se entregam
fazendo do medo e da dor a matéria de construção do seu bem-estar que nunca chega a acontecer
fazendo do medo e da dor a matéria de construção do que tomam por vida sempre adiada

distancio-me e observo
e descubro que posso transformá-las...
basta-me deixar que esse medo e essa dor fiquem depositados no lugar dos meus silêncios
deixando-as seguir ligeiras com a matéria da minha liberdade
vestidas com as roupas da felicidade
animadas pelo amor que me reconheço ser
acompanhadas pelo mais genuíno sorriso de que for capaz

são violentas as palavras que me atravessam o caminho...
urge fazer parar a loucura da dor e do medo vivido por convicção...