há uma sonolência que toma conta de mim
como se parte do meu cérebro desistisse e quisesse adormecer
apagar-se em todos os gestos que a minha razão teima em afirmar
como se a existência estivesse à espera do apagar dos meus treinados sentidos para se revelar por inteiro
ela revela-se a cada instante
e percebo que continuo a tentar a sua consciência à luz frágil das palavras que consigo…
e esse caminho continua a não me levar a lugar nenhum…
não é sequer um caminho…
apenas me distancia da existência a que procuro não ser estranho
quando consigo ultrapassar esta dormência dos meus sentidos
os encantos da razão perdem-se
e desponta a alegria da consciência e a liberdade de existir sem respostas nem afirmações
porque não há questões por responder… e as afirmações são irrelevantes
mas ainda me dou conta de que…
há uma sonolência que toma conta de mim…