segunda-feira, 26 de abril de 2010

seguindo viagem

navego docemente pelo brilho ondulante de uma vida breve e exuberante
mergulho na existência tranquila e inebriante distante dos gestos e palavras de sempre
e encontro-me com a transcendência do imediato que me leva numa corrente que deixo de contrariar

são outros os sabores do que sinto no vento que me atravessa o corpo que já não encontro
nem quando o que me rodeia insiste em se afirmar no pensar que em mim ganha a forma de todas as razões

flutuo no tempo único de todos os tempos em que tempos diferentes acontecem
em que o nada que foi e o tudo que poderá vir a ser se confundem no rebentar de uma onda que também já não é agora

voar entre desejos por cumprir e perder-me no deleite de todos os gestos e palavras é como partir à descoberta de mundos novos e descobrir que nunca saí deste...
e eu já voei para todos os destinos

o infinito convida-me agora a saltar a linha de todos os horizontes
e eu aceito partir no raio de luz que um dia me fez cor num pôr-do-sol distante
seguindo viagem...
sem nunca ter que chegar a partir