segunda-feira, 14 de junho de 2010

partir é inevitável...

os meus passos tornam-se pequenos...

este lugar vazio cheio de fantasias e de sonhos ruidosos
torna-se assustadoramente grande... e vazio
não há destino nenhum que se desenhe no horizonte...

distanciei-me da pele que me veste e começa a acusar o desconforto da consciência de todos os desejos que já não vou cumprir

luto para me libertar das garras da razão que me sufoca e tenta comandar os gestos e as palavras

dizem os anciãos dos tempos esquecidos que me visitam no silêncio do meu presente
que mergulhe no oceano que me surge como o mais árido e inóspito deserto...

não me procuro salvar nem perder...
partir é inevitável
não percebi ainda o que atrasa o voo que me há-de levar...
talvez não tenha parado o suficiente no lugar de onde não saí...