soam distantes os ruídos que a noite acrescenta aos sons do silêncio que me envolve
há um sorriso vazio entre mim e o mundo
que preencho com o aleatório do acaso desgarrado das poucas palavras que deixo fugir com o vento de todas as manhãs
que turvam o ar que respiro...
quase sufocando os gestos que me rasgam as certezas com que tento cobrir a nudez velha e cansada dos meus dias
torno-me ausente na minha presença
se calhar não há nenhum vazio...
se calhar é só a minha distância...
por instantes sinto-me a chuva que me encharca o pensamento...