quarta-feira, 9 de novembro de 2011

(...)

olho desapaixonado a vida a acontecer por entre rajadas de um vento molhado
olho distante para os traços que desenho no ar com o corpo que me agasalha…
e em vez do vazio triste que imaginava atributo de quem olha assim
sinto-me invadido de uma ternura e um amor que não tento...

não sei explicar…
não me sinto mais nem maior
nem sabedor de nada que todos os outros não saibam…

sinto-me apenas bem…
tranquilo…
em paz
como o sol que se levanta e se deita em todos os horizontes
quase indiferente às angústias de quem se perde pelos mundos que as certezas de alguém garantem verdadeiros