terça-feira, 17 de junho de 2008

Para onde vamos

para onde vamos
que não sabemos
mas que alguém nos diz sempre
que lá não chegaremos?

crescemos a acreditar que existe uma meta longinqua
cujo caminho alguns dizem conhecer e dele ser guardiões

vá-se perceber porquê
quem os oiça sente que jamais lá conseguirá chegar
ou porque não somos merecedores
ou porque ainda não cumprimos o que ninguém sabe
ou porque nos falha o entendimento
ou...
ou...

votados ao fracasso
porque não atingimos o que não conhecemos
ficamos condenados aos tormentos dos excluídos...

mas engraçado mesmo é que entre o princípio e o fim do que é mensurável
acontecemos todos de forma mais ou menos idêntica
em que as diferenças no ter
não nos permitem furtar do que é certo
em que o aparente arbitrário acaba sempre da mesma forma
em que o merecimento, cumprimento ou entendimento não parecem fazer diferença

é tempo de mudar as premissas da nossa existência
deixarmo-nos de ilusões e fantasias
deixar cair as angústias que nos amarram
e vivermos
livres

mas convenhamos...
é muito difícil viver sem uma amarrazinha
é muito difícil viver sem ruí­dos e confusão
é muito difícil viver sem uma orientaçãozita qualquer

no meio do meu silêncio sorrio

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