as palavras em que me construo...
a vida e as palavras que a referem não se podem confundir
uma não existe enquanto ideia
as outras não o são enquanto forma
das palavras que escrevo
se faz o diário
da viagem do silêncio
que em mim começa na razão
e acaba na ausência dos limites
do que me habituei a chamar mundo
do que aprendi ser a realidade
é a viagem do finito ao infinito
da posse
que me dá a ilusão da experiência
mas que me mantém fora da existência
passo ao acontecer sem ser acontecimento
que sendo experiência e consciência sem objecto
me torna todo onde me imaginava parte
neste roçar pela eternidade
hesito...
a ideia do exercício do querer ou não querer
ainda se desenha
pelo receio do desconhecido
como se pela vontade que é cada vez mais memória
ainda pudesse aceder
ao que só pela sua ausência parece possível
mas...
o que imaginava ser desfaz-se em nada
o mesmo nada das palavras em que ainda me construo
a transcendência a que todos parecemos votados
não a encontro porque a procuro
é ela que me encontra porque deixo de ser
a mim...
só me resta deixar que aconteça
não pelo que faço
mas pelo que deixo de fazer
segunda-feira, 18 de agosto de 2008
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