domingo, 26 de abril de 2009

Nem tudo é dizível...

são muitos os caminhos do silêncio
são muitos os nomes que se dão ao silêncio

são muitos os que percorrem estes caminhos
foram muitos os que antes de mim pisaram este trilho

destas passagens anteriores e actuais encontro vestígios
antes palavras julgadas entendidas
e porque assim julgadas depressa esquecidas

as mesmas palavras continuam a ecoar no fundo da minha memória
até que no caminho do meu silêncio
toco na existência que lhes define a forma

não escolho as palavras como não escolho a existência...
não antecipo sentidos para o que não conheço e julgo entender
como não procuro palavras para dizer o que encontro e... nunca foi dito

nem tudo é dizível...

deixo que as palavras se formem no pensar de que sou capaz
não pela arte e engenho tidos por meus
mas pela natureza daquilo que designam e em mim é possível

o meu corpo é o meu templo
a partir dele atinjo a espiritualidade que me anima
a partir dele se constrói o mundo que eu entendo
com ele começa e acaba a aventura do ser que tomo por vida
sem que com ele termine a existência