as razões dos meus gestos vão-se calando
tornando-os vazios e sem propósito
estando condenados os hábitos que neles em mim ganhavam corpo
as palavras tornam-se pequenas demais para falar da existência
pela escassez de sentidos que a razão não alcança e está longe de esgotar
fazendo do entendimento um exercício cada vez mais sem sentido
distante e perdido no tempo
cala-se a razão
esgotam-se as palavras
desaparecem os gestos
acabam-se os sonhos
faz-se em mim silêncio
estou cada vez mais longe do que na periferia da minha vida de razões acontece
neste lugar de tranquilidade absoluta da existência
não há mais nada para dizer
não há mais nada para fazer
não há mais nada para procurar