sábado, 9 de maio de 2009

Ponto Final

as razões dos meus gestos vão-se calando
tornando-os vazios e sem propósito
estando condenados os hábitos que neles em mim ganhavam corpo

as palavras tornam-se pequenas demais para falar da existência
pela escassez de sentidos que a razão não alcança e está longe de esgotar
fazendo do entendimento um exercício cada vez mais sem sentido
distante e perdido no tempo

cala-se a razão
esgotam-se as palavras
desaparecem os gestos
acabam-se os sonhos

faz-se em mim silêncio

estou cada vez mais longe do que na periferia da minha vida de razões acontece

neste lugar de tranquilidade absoluta da existência
não há mais nada para dizer
não há mais nada para fazer
não há mais nada para procurar