a minha consciência da existência
forma-se na linha crepuscular que se define entre o sonho e a realidade...
quando me procuro par com os que me rodeiam
adormeço nas palavras com que tentamos pintar a realidade...
na esperança de a fazer expressão de um sonho partilhado que nunca será
se me entrego ao prazer de ser vida na forma que me reconheço
as palavras deixam de acontecer...
e os fios da razão com que se tece o manto escuro da fantasia desfazem-se
deixando exposta a nudez que cada um tenta esconder
nas fragilidades do seu entendimento particular dos certos e errados da vida
numa coerência que aos outros se aplica e exige...
a que os próprios não se sentem obrigados fora do que tomam por conveniente
assumo a minha nudez...
as roupas da fantasia desenhada pelos demais não me servem
e a realidade não pode ser escondida
nem a quero esconder
não quero mudar o mundo...
quero só que os sonhos que me procuram vestir explodam no nada que são
se caminhar sozinho for o preço a pagar... que seja
voltar a adormecer e perder o espectáculo extraordinário da vida...
está fora de questão
quem saiu não volta
quem chega de novo... seja bem vindo
por cinco minutos... ou pela eternidade
http://www.youtube.com/watch?v=G5wR8jbnP2o