sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Enorme vazio

são muitas as formas vazias da razão
e em todas elas existe uma violência subtil
escondida nas mais belas intenções meritórias dos gestos e palavras desenhadas

que mal fez cada um de nós para voluntariamente se condenar a tão penoso destino
é a pergunta a que ninguém consegue dar resposta...

ensaia-se uma divindade que nos faz pecadores e penitentes em vida
procura-se um referencial de normalidade que nos faz intimamente anormais
até nos chegamos a ver como acólitos do mal que julgamos em nós encarnar
fechamos os olhos à realidade...
e aceitamos vê-la à luz de uma qualquer moralidade que nos faz proscritos e senhores da lei
de uma qualquer lei vazia...

mas o vazio da razão... é isso mesmo – um enorme vazio

os gestos que se formam na minha razão ficam a meio do caminho que nunca fazem
outros gestos se definem no lugar dos silêncios... oposto ao da razão
sem propósitos nem caminhos...