caminho pelas certezas da minha ignorância...
actuo numa cadeia de causas e consequências que tomo por consciência
construindo os nomes e formas que os meus sentidos legitimam
em que descubro sensações que despertam em mim o desejo
tão fortes e intensos são os meus desejos
que me apego aos seus objectos fazendo deles os domínios da minha existência
em que nasço nos que consigo cumprir e morro nos que me escapam à vontade
sofrendo a preocupação a angústia e a dor do envelhecimento que me anunciam o fim
do que entre o o nascimento e a morte tomo por vida
pelo que penso que possuo e receio perder
pelo que penso que nunca virei a ter...
repito este ciclo em cada momento
substituo apenas o que tomo por vida
de acordo com os actos da ignorância que me animam
acabando sempre da mesma forma... seja qual for o começo
perceber-me ignorante não é fácil
mas é o ponto de partida para interromper este ciclo em que adormeci
em cada recomeço...
impõe-se ser capaz de... não cair em tentação
de fazer da minha ignorância certeza
as certezas da ignorância de todos nunca farão a sabedoria de ninguém