terça-feira, 26 de janeiro de 2010

O que já não sou

são rostos anónimos em corpos cansados
cobertos com a cor dos sonhos que ficaram por cumprir

empenhados em afirmar as certezas que lhes escondem os medos
passam fugazes pelo vidro que não lhes guarda o reflexo
deixando vazios os lugares onde nunca estiveram

vejo-os chegar e partir
riscados pelas palavras que não os acompanham
nem quando as repetem no silêncio que lhes escapa

são os mundos que julgam viver
são a manifestação da ausência do que não encontram
são o que pensei ser um dia...
são o que já não sou...
porque nunca fui o que pensei
e o que sou... já não penso