domingo, 11 de julho de 2010

passagem

quebrei os limites do tempo
desliguei-me do movimento aparente dos objectos que me prendiam os sentidos
esvaziei as palavras e os gestos com que construí os limites do mundo
toquei o silêncio coberto por todos os ruídos da vida
naveguei pelo meio do ser que me entendia e dos objectos da minha atenção
abandono devagar todos os lugares próximos ou distantes de mim onde me perdi pensando encontrar-me

o abismo em que a minha razão cai torna-se assustadoramente real
a passagem para a realidade torna-se estreita
não há lugar para nada daquilo em que aprendi a acreditar...
absolutamente nada...