domingo, 26 de setembro de 2010

continuo sentado...

sinto inseguros os passos que a minha vontade fazia determinados
pelas certezas que perdi e destinos que esqueci…
pelas missões que deixaram de fazer sentido e a que deixei de me emprestar…

não encontro na brevidade dos cruzamentos com os alucinados viajantes do tempo que ainda não tendo chegado já partiram
o que a consciência da minha presença no lugar em que estou anuncia…

continuo sentado neste lugar quieto e sereno aguardando o encontro derradeiro…

afasto-me do pensar que molda o mundo e a realidade que percebia apenas pelo que deles os outros diziam
deixo de me embrulhar na absurda e sufocante teia das emoções que todos diziam ser a expressão máxima e fim último da experiência do ser-se humano
esgoto no extremo dos desejos que alimentei pelos sonhos meus e dos outros os limites que o meu corpo permite saciar

já quase não existo nos mundos que a existência me oferece como lugar de descanso e onde já não consigo encontrar o repouso que ambicionava como meta

mas…
continuo sentado neste lugar quieto e sereno aguardando o encontro derradeiro…